REGIONAL – ENERGIA
Renato Miller Silva
Muito mais do que justo voltar a discutir alternativas e soluções para a matriz energética do Brasil, após assistir a tragédia com uma usina nuclear no Japão e vivenciar a estiagem que causa problemas nas usinas hidrelétricas. Além disso, o Rio Grande do Sul está adormecido em cima de uma enorme fonte de energia, capaz de movimentar todo o extremo sul do País: o carvão.
O 1.º Fórum da Região Carbonífera em Defesa do Carvão Mineral como Desenvolvimento Sustentável, realizado no Museu do Carvão, em Arroio dos Ratos, na última quarta-feira, 13, mostrou, mais uma vez, a mobilização da Região em torno de um objetivo comum: tentar sensibilizar o governo federal para incluir o carvão mineral na matriz energética do País.
Diferentemente de muitas outras mobilizações, lá se vão mais de 20 anos de luta pela valorização, integrantes de diversos setores públicos e privados demonstraram que estão unidos, independente de cores partidárias. Além disso, a mobilização também integra comissões temáticas da esfera política, desde o vereador até o senador da República.
Organizado pela comissão temática do carvão mineral da Associação das Câmaras de Vereadores da Região Carbonifera – ACVERC, o Fórum teve a presença de integrantes da Frente Parlamentar do Carvão, como o vice-presidente, deputado federal Afonso Hamm, e deputado federal Ronaldo Zulke. Os dois deputados afirmaram a necessidade de mobilização do povo gaúcho, principalmente as lideranças da Região Carbonífera. Afonso Hamm destacou números dos países desenvolvidos que utilizam o carvão na matriz energética.
- Enquanto que nestes países se aproveita 60% a 70% do carvão na matriz energética, o nosso país utiliza apenas 2% e, o pior, o Rio Grande do Sul compra 65% do que usa -, informou.
Para o deputado Ronaldo Zulke, o carvão necessita ter políticas públicas e investimentos. Hoje já existem equipamentos modernos que industrializam o carvão e preservam o Meio Ambiente. Disse que o governador Tarso Genro sabe que o tema é importante e está engajado nesta luta.
O deputado estadual Valdeci Oliveira representou a Assembleia Legislativa. Eleito para o seu primeiro mandato, assumiu, um dia antes, a coordenadoria geral da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Gaúcho, juntamente com o colega deputado Luiz Fernando Schimidt. A Frente Parlamentar Gaúcha, que tem o apoio da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), terá como objetivo discutir alternativas para explorar com maior eficiência as 28,5 bilhões de toneladas de carvão que se encontram no subsolo gaúcho e que correspondem a quase 85% do total existente – 33 bilhões de toneladas - em território nacional.
Também está entre as metas da Frente Parlamentar debater formas de viabilizar empreendimentos do setor no Rio Grande do Sul para aproveitar o cenário mundial de busca por novas fontes de energia. Hoje, as usinas termelétricas respondem por 2,5 % da energia elétrica produzida no país. Somente com a implantação de seis novos empreendimentos no Estado, que já está em andamento, este número sobe para 6%.
Representantes do Governo Estadual e do gabinete do vice-governador, como a conterrânea Irani Medeiros, também se manifestaram pela mobilização. A valorização do Carvão também anuncia investimentos pelas empresas privadas e criação de milhares de empregos.
O Fórum, que contou com a participação de mais de 70 pessoas, redigiu uma carta que será entregue em audiência com o Ministério de Minas e Energia, no próximo dia 26 de abril, em Brasília.
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Fotos: Renato Miller Silva
Mesa principal do Fórum em defesa do Carvão.
Diretor do Museu do Carvão, em Arroio dos Arroio, recepcionou os segmentos politicos e privados para o Fórum.
Deputado Afonso Hamm defende a mobilização das lideranças da Região Carbonifera na audiência com o Ministério de Minas e Energia, dia 26.
Deputado Ronaldo Zulke disse que o governo do Estado dará apoio para incluir o carvão na matriz energética.
Deputado Valdeci Oliveira coordenada a frente parlamentar da Assembléia Legislativa, que foi criada na última terça-feira, 12.
Caio Farias, diretor da Copelmi, enfatizou para os investimentos e a criação de novos empregos, com a inclusão do carvão na matriz energética.